Teste de Acentuacão de Palavras Brasileiro - TAP-Br
Gil G, Magaldi RM, Busse AL, Ribeiro ES, Brucki SMD, Yassuda MS, Jacob Filho W, Apolinario D.
No Brasil encontra-se dificuldade em usar testes de leitura de palavras irregulares para mensurar a inteligência pré-mórbida, pois o português é uma língua translúcida, que apresenta fonemas com grande correspondência aos respectivos grafemas. Para transpor esta dificuldade desenvolveu-se a versão brasileira do Teste de Acentuação de Palavras (TAP-Br) baseado na pronúncia de palavras grafadas sem o acento indicativo da sílaba tônica, criando assim a irregularidade grafema-fonema. Há evidências de que esse tipo de teste avalie habilidades cristalizadas, que sofram pouco impacto relacionado aos danos cerebrais.
INSTRUÇÕES:
“Agora eu quero que você leia essas palavras em voz alta. Não se preocupe com o significado das palavras. Apenas leia em voz alta.”
“Comece por essa palavra (aponte), passe para a debaixo e assim por diante. Quando terminar essa coluna vá para a próxima coluna (aponte).”
“Leia sem pressa, uma palavra de cada vez.”
REGRAS DE APLICAÇÃO
Caso o sujeito comece a ler rápido interrompa e peça que leia mais devagar.
Caso comece a ler em tom de voz baixo interrompa e peça que leia mais alto.
Caso você não tenha ouvido bem alguma palavra, solicite que a palavra seja repetida.
Interrompa o teste após 10 erros sequenciais. É possível permitir que o indivíduo complete a tarefa mesmo após 10 erros sequenciais, desde que se perceba interesse na tentativa e não haja sinais de constrangimento. Não pontue eventuais pronúncias corretas após 10 erros sequenciais.
No caso de desistências precipitadas, tente incentivar para que o indivíduo continue.
REGRAS DE PONTUAÇÃO
Antes de administrar o teste familiarize-se com a pronúncia das palavras. Atente-se aos erros de sílabas tônicas (acentuação), pronúncia do “X” que pode ter som de “cs” (flexível) ou “z” (exequível) e pronúncia do “QU” que pode ter som de “k” (arquétipo) ou “qü” (eloquência).
São aceitas pronúncias variantes por coloquialismo, sotaque ou dicção. No Nordeste é comum a palatização das consoantes “D” e “T”, além da abertura das vogais pre-tônicas. No Rio de Janeiro utiliza-se o “S” palatal e o “R” aspirado. Em Minas Gerais as palavras podem ser encurtadas. Em muitas regiões do país permuta-se o som de “E” por “I” (munícipi) e “O” por “U” (léxicu) no final das palavras. Essas variações devem ser aceitas como corretas.
No formulário de aplicação, circule “1” se a pronúncia for correta e “0” se a pronúncia for incorreta.
Em caso de autocorreção considere a última tentativa.
Assinale a pronúncia como correta ou incorreta com um certo atraso, pois as autocorreções são frequentes.
Um ponto é atribuído a cada palavra pronunciada corretamente (total de 0-40).
QI pré-mórbido predito para cada escore possível no TAP-Br:
Referências Bibliográficas:
Gil G. Desenvolvimento e validação do teste de acentuação de palavras como instrumento de avaliação de inteligência pré-mórbida [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2019.
Gil, G., Magaldi, R. M., Busse, A. L., Ribeiro, E. S., Brucki, S. M. D., Yassuda, M. S., et al. (2019). Development of a word accentuation test for predicting cognitive performance in Portuguese-speaking populations. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 77( 8), 560-567. Recuperado de http://observatorio.fm.usp.br/handle/OPI/33930