Você sabe qual é a definição de queda pela Sociedade de Geriatria Americana e Britânica?
Queda é o contato não intencional com uma superfície de apoio, resultante da mudança de posição do indivíduo para um nível inferior à sua posição inicial, sem que tenha ocorrido fator intrínseco determinante ou acidente inevitável e ausência de perda de consciência.
A queda é a principal causa externa de lesões não intencionais, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Quais são os principais fatores relacionados a queda?
o Desequilíbrio corporal.
o Fraqueza muscular generalizada.
Com o processo de envelhecimento ocorre uma diminuição da força muscular global e do equilíbrio do idoso. Essa redução de força pode ocasionar fraqueza muscular podendo gerar vulnerabilidade óssea aumentando assim o risco de cair e provocar lesões, como traumas e fraturas.
o Alterações visuais.
Com a senescência a visão sofre algumas mudanças, tais como: dificuldade de focar, enxergar orifícios, degraus e pequenos obstáculos no chão, principalmente em lugares com pouca iluminação e diferencias de cores.
o Alterações em membros inferiores, principalmente nos pés.
Redução da sensibilidade ou deformidades como protuberâncias ósseas “joanetes”, unhas encravadas, calos alteram o ato de caminhar comprometendo assim o equilíbrio podendo aumentar as chances de quedas. Até mesmo uma unha comprida pode mudar o modo como pisamos e descarregamos o peso do corpo nos pés e, com isso, aumentar o risco de queda.
o Doenças crônicas.
O aumento da expectativa de vida e a melhoria das condições de saúde proporcionaram o crescimento da população com mais de 60 anos e, consequentemente, o aumento de doenças crônicas que podem predispor a ocorrência de quedas. As doenças mais prevalentes e incapacitantes no idoso são: osteoporose, depressão ou ansiedade, transtornos cognitivos (demências), doenças cardíacas e neurológicas.
o Uso inadequado de remédios.
Os medicamentos quando usados de forma irregular ou quando esquecidos de serem tomados, podem provocar várias alterações orgânicas, como: desatenção, fraqueza muscular, cansaço, tontura, arritmia e alteração do nível de açúcar no sangue. Existem medicamentos que podem alterar o equilíbrio corporal, portanto, o uso de três ou mais remédios “podem” ser um risco para quedas e, por isso, a importância de sempre consultar um geriatra antes da ingestão de qualquer fármaco.
Referências: American Geriatrics Society; British Geriatrics Society; Manual de prevenção de quedas da Saúde do Idoso- Secretaria de Estado da Saúde de SP e Organização Mundial da Saúde.
Autora Membro da Equipe do Vigilantes da Memória:
Dra. Jéssica Maria Ribeiro Bacha
Crefito 3- 206063-F
Doutora e Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
Especializada em Gerontologia pelo Instituto Israelita Albert Einstein.
Fisioterapeuta pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais campus Poços de Caldas.