Royal College of Psychiatrists constatou que 40% das pessoas idosas nas clínicas de geriatria enfrentam problemas de saúde mental.
Novas pesquisas do British Journal of Psychiatry sobre auto-mutilação em pessoas idosas colocam isso em uma perspectiva gritante. Uma meta-análise de 40 estudos constatou que as taxas de auto-mutilação anuais eram de cerca de 65 por 100.000 pessoas, com risco de repetição e suicídio também acima da média.A automutilação ainda é vista como um problema entre os dados demográficos dos mais jovens; e, embora isso permaneça verdadeiro, esses dados provam que o problema é ainda mais complexo e difuso do que pensávamos.
Em 2014, a Organização Mundial da Saúde constatou que as taxas de suicídio eram mais altas em pessoas com mais de 70 anos em quase todas as regiões do mundo. O Royal College of Psychiatrists (RCP) também constatou que 40% das pessoas idosas nas clínicas de geriatria enfrentam problemas de saúde mental; isso aumentou para 50% nos hospitais gerais e 60% nos lares. E, como aponta a Mental Health Foundation, a população do Reino Unido está envelhecendo rapidamente - desde 1974, o número de idosos no Reino Unido cresceu 47%. Em 2027, o Office for National Statistics prevê que 20,7% da população do Reino Unido terá 65 anos ou mais, em comparação com 15,9% em 2007. No Brasil esses números não são muito diferentes, afirma a neuropsicóloga Gislaine Gil.
A solidão às vezes é apresentada como o principal problema quando se trata de combater problemas de saúde mental em pessoas idosas - e, embora indubitavelmente contribua, essa explicação não chega a ser a única. Muitos dos que sofrem com pensamentos suicidas ou outros sinais de sofrimento mental já têm diagnóstico - são pessoas que lidaram com doenças mentais a vida inteira. O isolamento social pode contribuir para os problemas deles, sim, mas não é o quadro completo.
Depressão é uma doença e precisa ser diagnosticada e tratada, diz a neuropsicóloga Gislaine Gil.