A esclerose múltipla trata-se de uma doença neurológica desmielinizante autoimune crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina que revestem os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central.
Os sinais e sintomas mais comuns são:
• Fadiga;
• Parestesias (dormências ou formigamentos);
• Nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);
• Neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho);
• Escotoma (perda total ou parcial da visão);
• Embaçamento visual
• Diplopia (visão dupla);
• Perda da força muscular,
• Dificuldade para deambular (andar),
• Espasmos e rigidez muscular;
• Falta de coordenação motora dos movimentos;
• Tonturas e desequilíbrios posturais;
• Dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino;
• Alterações nos seguintes domínios cognitivos: memória, atenção, velocidade de processamento;
• Alterações de humor, depressão e ansiedade.
Essa patologia pode se manifestar por meio de quatro formas clínicas:
A Remitente-recorrente denominada surto-remissão ou remitente-recorrente engloba cerca de 85% dos casos. Ela é caracterizada pela ocorrência dos surtos e melhora após o tratamento (ou espontaneamente). Geralmente ocorre nos primeiros anos da doença com recuperação completa e sem sequelas. Os surtos duram dias ou semanas. Em média os surtos se repetem uma vez por ano caso não inicie o tratamento adequado.
Em um prazo de dez anos aproximadamente, metade desses pacientes evoluirá para a segunda forma da doença, conhecida como secundariamente progressiva. Nesta etapa os pacientes não se recuperam mais plenamente dos surtos e acumulam sequelas. Eles têm, por exemplo, uma perda visual definitiva ou maior dificuldade na marcha, o que pode levar à necessidade de auxílio para mobilidade ou locomoção.
Nos 10% dos casos restantes ocorre a chamada forma progressiva primária quando ocorre gradativa piora surtos. E 5% dos indivíduos acometidos peça Esclerose Múltipla apresentam a quarta forma da doença, mais rápida e agressiva, chamada progressiva com surtos. Nesta quarta forma estão combinados a progressão paralela do processo desmielinizante e comprometimento mais precoce dos axônios.
As condutas fisioterapêuticas auxiliam principalmente na melhora da qualidade de vida dos pacientes e na construção de estratégias funcionais para que os mesmos possam lidar com as limitações que a doença gera (sinais e sintomas citados acima). Assim essas condutas tornam-se uma alternativa complementar na paliação da patologia
A fisioterapeuta Dra. Jéssica Maria Ribeiro Bacha destaca que apesar das técnicas de fisioterapia auxiliarem na doença, infelizmente a Esclerose Múltipla é uma patologia degenerativa, ou seja, não há cura, mas com certeza a fisioterapia proporciona qualidade de vida e diminuição de alguns sinais e sintomas.
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Autora:
Dra. Jéssica Maria Ribeiro Bacha
Crefito 3- 206063-F
Doutora e Mestre em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo;
Especialista em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia;
Especializada em Gerontologia pelo Instituto Israelita Albert Einstein;
Fisioterapeuta pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais campus Poços de Caldas;
Fisioterapeuta do Vigilantes da Memória.