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Fisioterapia na doença de Parkinson

A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurológica progressiva do sistema extrapiramidal caracterizada por bradicinesia, tremor de repouso, rigidez e instabilidade postural. Podendo ter como sintomas associados: alteração da marcha, da voz, disartria, disfunção olfatória, hipotensão ortostática, hiperidrose, disfunção sexual, dores, parestesias, disfagia, incontinência urinária, distúrbios do sono, depressão e até demência.

O tratamento da DP é baseado no uso de terapia medicamentosa e não medicamentosa, por meio de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicologia.

A fisioterapia voltada para a DP tem como objetivo minimizar alterações motoras, sensórias e cognitivas ajudando o paciente a manter a independência para realizar as atividades de vida diária e melhorar sua qualidade de vida. As intervenções fisioterapêuticas podem auxiliar na melhora da postura, do equilíbrio, da flexibilidade, da força e resistência muscular, do condicionamento cardiovascular até mesmo da cognição.

Em um contexto geral as condutas fisioterapêuticas são baseadas em exercícios multimodais (em uma só intervenção múltiplas modalidades), como: exercícios de equilíbrio, marcha, força e resistência muscular, aeróbico e cognitivo.

Pesquisas mostram a importância de associar múltiplos exercícios para que as múltiplas tarefas sejam estimuladas, função que apresenta grande declínio nesta patologia.

Muitas vezes, é necessária a prescrição de dispositivo auxiliar a marcha (andadores, bengalas, entre outros) que deverá ser avaliado diante da necessidade do paciente.

A tecnologia por meio de equipamentos com estímulos visuais e auditivos, como a bengala com laser e o andador virtual, têm mostrado efeitos positivos no controle dos sintomas da doença. Até mesmo a realidade virtual por meio de videogames Interativos também são favoráveis por serem uma ferramenta multimodal.

Além dessas intervenções, o fisioterapeuta deve atuar em conjunto com a família, cuidadores e equipe na orientação para prevenção de complicações, como: lesão por pressão, contraturas, adaptações posturais no leito e/ou na cadeira de rodas e prevenção de quedas.

À associação Brasil Parkinson preconiza as seguintes orientações:

- Durante a realização de todos os exercícios, o paciente deve realizar respirações profundas e lentas;

- Realizar os exercícios de modo devagar e suave, sem movimentos bruscos, muito rápidos, sem forçar com balanceios;

- Em todos os exercícios, tentar chegar ao limite máximo de cada movimento, até onde sentir uma pequena tensão, e relaxar, sustentando o alongamento neste ponto;

- Descansar durante a realização dos exercícios, se necessário fazer de forma intervalada (manhã e tarde);

- Sempre realizar os exercícios com roupas flexíveis e leves;

- Se hidratar, principalmente após os exercícios;

- Atentar ao posicionamento da cabeça, e do corpo no dia-a-dia.

 

Autora:

Jéssica Bacha

- Fisioterapeuta da Clínica Vigilantes da Memória;

- Mestre e Doutoranda em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP;

- Especialista em Gerontologia pelo Instituto Israelita Albert Einstein;

- Membro da Sociedade Brasileira de Gerontotecnologia;

- Membro da Associação Brasileira Fisioterapia Gerontológica;

- Membro do Laboratório de estudo em tecnologia, funcionalidade e envelhecimento da Universidade de São Paulo (LETEFE);

- Docente da pós graduação em Gerontologia e Empreendedorismo do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês. 


Bibliografia:

Perrin DG. An Atlas of Parkinson’s Disease and Related Disorders. Londres: Parthenon Publishing Group, 1998, 96p.

Jankovic J. Parkinson’s disease: clinical features and diagnosis. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry 2007;79:368-76. http://dx.doi.org/10.1136/jnnp.2007.131045

Sant CR, Oliveira SG, Rosa EL, Sandri J, Durante M, Posser SR. Abordagem fisioterapêutica na Doença de Parkinson. RBCEH 2008;5:80-9.

Goodwin VA, Richards SH, Taylor RS, Taylor AH, Campbell JL: The effectiveness of exercise interventions for people with Parkinson's disease: A systematic review and meta-analysis. Mov Disord 2008, 23:631–640.

Alvarez MV, Grogan PM, Rodriguez M: Connecting with Kinect (R) to improve motor and gait function in Parkinson's disease. Mov Disord 2012, 27:S297–S297.

http://www.parkinson.org.br/

https://www.erichfonoff.com.br/parkinson-fisioterapia/