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Psicoterapia em ambiente virtual funciona?

Quando se trabalha com promoção de saúde mental a partir da remissão ou diminuição de sintomas que impactam a qualidade de vida das pessoas, há muito a se perder com a paralisação do processo terapêutico, afirma a psicóloga Fabiana Tintori Shoji, especialista em Terapia Comportamental-Cognitiva.

A teleterapia que já era realizada de forma discreta no Brasil, para pessoas com tempo escasso para se dirigir aos consultórios de psicoterapia ou mesmo distantes espacialmente para se deslocar com a frequência adequada; passou a ser considerada uma opção relevante nos dias atuais.

A literatura científica internacional aponta eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental em formato on-line (TCC) para o tratamento de diversos transtornos mentais, dentre eles, a Depressão, os Transtornos de Ansiedade, os Transtornos Alimentares, quadros de dor crônica e de jogo patológico; em pacientes adultos e idosos. Estudo clínico revela ainda que a psicoterapia por telemedicina para idosos com depressão maior não é inferior ao tratamento presencial, o que novamente demostram que a psicoterapia baseada em evidências pode ser administrada, sem modificações, via telemedicina domiciliar. Fabiana Tintori Shoji vê com otimismo todos esses achados ao entender que com tamanha funcionalidade a psicoterapia online pode ser usado para superar as barreiras ao atendimento ao idoso, estando elas associadas à distância ou mesmo a dificuldade de comparecimento a sessões presenciais em pacientes acamados, com dificuldade importante de deslocamento, por ex.

Para transpor o setting terapêutico da sala de atendimento para o ambiente virtual é imprescindível ajustar individualmente a cada paciente o acesso a plataforma digital de melhor manejo e o resguardo da confidencialidade. No caso de idosos pouco familiarizados com o uso de tecnologia, buscar a ajuda de um familiar/cuidador como facilitador no contato inicial, bem como observar a adequação dos estímulos para uma comunicação mais efetiva e o uso de recursos que apóiem o que o terapeuta diz (compartilhar a tela com pontos relevantes da sessão, exercícios escritos, por ex) é importante para aumentar o adesão e ganhos significativos ao longo do processo psicoterápico, afirma Fabiana Tintori Shoji.


Referências Bibliográficas

Mariano, T. Y et al. (2019) Online teletherapy for chronic pain: A systematic review. Journal of Telemedicine and Telecare.

Ashwick, R.; Turgoose, D. & Murphy, D. (2019). Exploring the acceptability of delivering Cognitive Processing Therapy (CPT) to UK veterans with PTSD over Skype: A qualitative study. European Journal of Psychotraumatology 10 (1).

Egede, L. E.; Frueh, B. C. (2015). Psychotherapy for depression in older veterans via telemedicine: a randomised, open-label, non-inferiority trial.The Lancet Psychiatry. 2(8), 693-701.

Hedman, E.; Ljótsson, B.; Lindefors, N. (2012). Cognitive Behavior Therapy via the internet. A systematic review of applications, clinical efficacy and cost-effectiveness. Expert review of pharmacoeconomics & outcomes research 12 (6), 745-764.


Fabiana Tintori Shoji

Psicóloga graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie

Especialista em Terapia Comportamental-Cognitiva pela USP

Pós-graduada em Saúde Mental pelo Setor de Psicologia da Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (CAISM).

Pós-graduada em Dislexia e Distúrbios de Aprendizagem pelo Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica – CEFAC

Docente no Programa Cérebro Ativo e do Curso de Estimulação Cognitiva Intergeracional: teoria e prática do Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa

Docente do curso de Especialização em Geriatria do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa

Docente da Pós-graduação em Gerontologia e Empreendedorismo do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa

Docente da Pós-graduação em Psicomotricidade ISPEGAE-OIPR-UNIP

Coordenadora da Equipe Desenvolva

Psicóloga clínica do Vigilantes da Memória