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Por que a aposentadoria é vista como uma dualidade de sentimentos?

Segundo Letícia Mota, neuropsicóloga pela USP e professora sobre Pós-Carreira no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês e do Vigilantes da Memória, a transição para a aposentadoria é heterogênea, individual e complexa, ou seja, cada indivíduo vivencia de forma diferente. A aposentadoria é vista como dualidade de sentimentos para alguns indivíduos e para outros como liberdade. Os indivíduos que vê essa fase como crise apresentam comportamentos de não aceitação da condição de aposentado, normalmente essas pessoas não realizam nenhum planejamento com relação a saúde física, psicológica e financeira. Observa-se, uma ausência de projetos de vida, e, muitas vezes, esses indivíduos associam a aposentadoria aos estereótipos do passado, velhice, inutilidade, finitude, voltar aos aposentos.

Ainda segundo Letícia Mota, já para os indivíduos que vêem a aposentadoria como liberdade, eles entendem como um acontecimento positivo, desenvolveram projetos de vida antes e após a aposentadoria, como por exemplo, realizam atividade de lazer, atividades intelectuais, cuidados com a saúde, planejamento financeiro, liberdade para dedicar-se a atividades que dão prazer, sem a rigidez de horários. São pessoas que sempre desenvolveram recursos como autoestima e autoeficácia, investiram nas redes de apoio familiar e social.

A literatura científica e a experiência da profissional, são enfáticas que a falta de planejamento pode gerar crises, entretanto, o planejamento feito com antecedência promove atitudes positivas e aumenta a satisfação com o Pós-Carreira em comparação aos que não fizeram nenhum tipo de planejamento.

A aposentadoria é um momento de mudança na vida das pessoas, sendo esse período resultante da maneira como foi organizada a vida, a importância dada ao trabalho e os vínculos com o sistema social. Cada pessoa investe mais ou menos na vida profissional segundo suas necessidades (Bernhoeft & Mazzaferro, 2016).

A aposentadoria nem sempre é um momento de cisão com a vida profissional, podendo ser uma etapa de continuidade da relação com o trabalho (FRANÇA,2009). A orientação, a educação ou preparação para o Pós-Carreira visa informar, auxiliar no crescimento e desenvolvimento das pessoas (ZANELLI et al, 2010). É importante ressaltar que o Pós-Carreira pode ser tão prazeroso e bem-sucedido quanto o período do trabalho.

Para maiores informações entre em contato no http://www.vigilantesdamemoria.com.br/cursos/curso-sobre-educacao-para-o-pos-carreira

Referência Bibliográfica:

França, L. H. F.; Soares, D. H. P.; Preparação para aposentadoria como parte da educação ao longo da vida. Psicologia Ciência e Profissão, v. 29, n. 4, p.738-751,2009.

Mazzaferro, D.; Bernhoeft, R.; Longevidade: os desafios e as oportunidades de se reinventar. São Paulo: Évora, 2016.

Zanelli, J. C.; Silva, N.; Soares, D. H. P. Orientação para aposentadoria nas organizações e no trabalho: construção de projetos para o pós-carreira. Porto Alegre:Artmed,2010.

Docente:

LETÍCIA MOTA

Neuropsicóloga e Reabilitadora Cognitiva pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP.

Docente do Aperfeiçoamento em Gerontologia e Empreendedorismo do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês.

Docente do Curso de Extensão em Neuropsiquiatria Geriátrica pela Medicine Cursos.

Especialista em Terapia Cognitiva Comportamental pelo CETCC.

Especialista em Cursos e Projetos de Planejamento para o Pós-Carreira.

Integrante da equipe multidisciplinar do Programa Cérebro Ativo do Hospital Sírio Libanês.

Capacitadora em Estimulação Cognitiva Intergeracional pelo Vigilantes da Memória.

Neuropsicóloga e Reabilitadora Cognitiva do Vigilantes da Memória.