Endereço: Rua Pamplona, n°145, cj.704-705 , Jardim Paulista,

Fale Conosco: (11) 2609-4643

(11) 94941-8374

BLOG LEMBRE E RELEMBRE

Como funciona a Terapia Cognitiva-Comportamental?

Me recomendaram fazer a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), o que é isso?

A Terapia Cognitivo-Comportamental, também chamada de TCC, é uma abordagem clínica de psicoterapia na psicologia1. Quando se fala sobre abordagem, significa qual a base teórica que o(a) psicólogo(a) utiliza para compreender, diagnosticar e tratar as questões de saúde mental do seu paciente. Além da TCC, tem-se diferentes abordagens psicoterapêuticas, como a psicodinâmica, humanista, psicanalista, existencial, Gestalt, psicossocial, dentre outras.

Por que a TCC?

Desenvolvida entre as décadas de 1960 e 1970 pelo autor Aaron T. Beck1, hoje, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem sido frequentemente indicada devido à sua eficácia comprovada, além de ser uma abordagem prática e orientada para metas. Diferentes estudos evidenciaram melhorias após o tratamento psicoterapêutico com a TCC em pacientes com depressão2, 3, ansiedade4, 5, baixa autoestima6, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT)7 e outros transtornos e questões psicológicas.

Na TCC, o(a) psicólogo(a) e paciente trabalham juntos, de maneira horizontal, com ferramentas e técnicas embasadas na teoria. Considera-se que a natureza colaborativa da TCC incentiva os(as) pacientes a desempenharem um papel ativo em sua própria recuperação, promovendo um senso de capacitação e autonomia.

Como é embasada a teoria da TCC?

Essa abordagem busca o aprofundamento por meio da relação entre pensamentos, emoções e comportamentos, que são desencadeados, a partir das situações da vida.

Os pensamentos ocorrem de maneira rápida e quase involuntária. Eles mostram a forma como o(a) paciente interpreta a situação. As emoções são variadas, como alegria, raiva, medo, amor, ansiedade e tristeza. Já os comportamentos são as formas de reação frente às situações, seja chorando, recuando ou brigando, por exemplo. Diante disso, é evidenciado na TCC que pensamentos negativos podem levar a emoções desagradáveis e comportamentos disfuncionais, criando um ciclo que mantém os problemas1.

Exemplo:

Situação: Errei um exercício na frente de todos do grupo de ginástica.

Pensamento: Faço tudo errado, todos vão rir de mim;

Emoção: Tristeza, vergonha;

Comportamento: Não vou mais participar das aulas.

O olhar cognitivo da TCC se concentra na compreensão e na modificação dos padrões de pensamentos disfuncionais, enquanto o ponto de vista comportamental se concentra na mudança das maneiras de agir que resultam desses padrões de pensamentos.


A tríade (pensamento, emoção e comportamento) é compreendida como uma maneira mais visível do paciente mostrar suas crenças nucleares e intermediárias, como apontado no esquema da imagem abaixo construído pela psicóloga Rúbia Mara Esquarante Barbosa (Figura 1). Essas crenças desempenham um papel crucial na manutenção da forma como o indivíduo interpreta e se comporta diante das situações.

 

Figura 1. Esquema de fundamentação da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Imagem de produção autoral. Psicóloga Rúbia Mara Esquarante Barbosa CRP 04/60082 06/000991-IS

As crenças nucleares são profundamente enraizadas e moldam a visão de mundo e a autopercepção de alguém. Elas se formam desde a infância e podem ser positivas ou negativas, influenciando a maneira de interpretar os eventos e experiências. Por outro lado, as crenças intermediárias são regras e pressupostos que surgem como forma de lidar com os acontecimentos da vida. Elas atuam como uma ponte entre as crenças nucleares e as reações emocionais e/ou comportamentais1.

Exemplo: Me acho incapaz, logo, não tentarei participar do grupo de ginástica.

Ou seja, diante da crença nuclear que não é capaz, o indivíduo cria a crença intermediária de que a melhor opção é evitar ou fugir do contato com as situações em que ele precisará mostrar se consegue ou não, pois já acredita que não conseguirá. Isso dificulta que ele crie evidências que mostrem se essa crença é verdadeira ou não e aumenta a possibilidade dele se sentir cada vez mais inseguro e de se afastar das pessoas.

Como funciona o tratamento baseado na TCC?

A TCC trabalha na identificação e modificação das crenças intermediárias disfuncionais, desafiando a validade dos pensamentos e ajudando os pacientes a desenvolverem uma perspectiva mais realista e adaptativa diante das situações. Com isso, essa abordagem busca promover uma transformação profunda e duradoura nos padrões cognitivos e comportamentais, contribuindo para a melhoria da saúde mental e o bem-estar emocional.

Se você está enfrentando desafios psicológicos, considere buscar a Terapia Cognitivo-Comportamental com um profissional qualificado, para embarcar em uma jornada de autodescoberta e crescimento pessoal, diz a psicóloga Rúbia Mara Esquarante Barbosa.

Referências

1 Beck JS. Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora; 2021.

2 Zakhour S, Nardi AE, Levitan M, Appolinario JC. Terapia cognitivo-comportamental para depressão resistente ao tratamento em adultos e adolescentes: uma revisão sistemática. Trends in Psychiatry and Psychotherapy. 2020;42:92-101.

3 Mariotti JFM, Santos AA, da Silva GM, Rodrigues KC, Silva PO, Pucci SHM. As principais abordagens de psicoterapia no tratamento da depressão. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. 2023;9(3):1657-1672.

4 da Silva BK, Bernardes LA. Ansiedade e terapia cognitivo-comportamental: uma análise a partir de dois periódicos nacionais. Pretextos-Revista da Graduação em Psicologia da PUC Minas. 2020;5(10):173-187.

5 Souza R, Andrade A. Ansiedade na obesidade infantil: possibilidades de tratamento com a terapia cognitivo-comportamental (TCC). Cadernos de psicologia. 2022;3(5).

6 dos Santos TCA, Rodrigues KLA. Impactos das redes sociais em relação à autoestima e autoimagem. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. 2023;9(3):851-862.

7 Soares DCS, dos Santos LA, Donadon MF. Transtorno de estresse pós-traumático e prejuízos cognitivos, intervenções e tratamentos: uma revisão de literatura. Revista Eixo. 2021;10(2):15-24.